Sua história,
conforme registrada pela Associated Press é a seguinte:
Desconhecido desde
1945, John Doe leva o segredo dele para o túmulo.
O mistério de
John Doe nº 24 sobreviveu a ele. Havia poucas pistas quando ele foi encontrado,
vagando pelas ruas de Jacksonville, em 1945, adolescente surdo e cego.
Uma vez que
era incapaz de falar e não encontraram seus parentes, foi colocado numa instituição.
Passou a ser John Doe nº 24 por que era o vigésimo quarto homem não-indentificado
na rede de saúde mental do estado. Os funcionários públicos acreditavam que
estava com sessenta e seis anos quando morreu de ataque cardíaco na casa de
repouso Sharon Oaks, em Peoria.
Os que
cuidavam de John Doe pensam que a diabetes o fez perder a visão, e os registros
indicam que ele sofria de grave retardamento. Mas os funcionários lembram-se de
um homem orgulhoso, mais inteligente do que mostravam os testes padronizados. Lembram-se
de pistas intrigantes de sua identidade – a maneira pela qual rabiscava “Lewis”
e suas mímicas rudes imitando bares de jazz e desfiles de circos. “Pelas
pantomimas, era bem evidente que tivera uma vida agitada no passado”, explica
Kim Cornwell, o assistente social responsável pelo caso. “Como meu avô, é provável
que pudesse contar histórias divertidas. É que não conseguimos cavar o
suficiente para alcançá-las”...
Ele tinha um chapéu
de palha que adorava usar e levava a toda parte uma mochila com sua coleção de anéis,
óculos e talheres. Na festa de natal, ele dançava com as vibrações da musica. No
ultimo natal, os funcionários compraram uma gaita para ele...
Numa breve cerimônia
ao lado do túmulo, em Jacksonville, uma mulher perguntou se alguém tinha alguma
palavra para dizer. Ninguém tinha.
Em algum
lugar, na escuridão d John Doe nº 24 havia uma historia. Havia um nome. Havia lembranças
de uma mãe que o abraçava, um pai que o carregava. Por trás daqueles olhos
cegos havia olhos que podiam ver o passado, e tudo que podemos fazer é
especular: O que teriam visto? Um garoto com uma vara num rio lamacento? Um
rapazinho de olhos arregalados, comendo pipoca num circo? Uma banda de jazz em
New Orleans?
Ninguém o saberá,
nunca. Ninguém saberá por que ele nunca conseguiu contar. Ele nem conseguia
dizer o próprio nome. E no dia em que morreu ninguém tinha nenhuma palavra para
dizer. O que dizer quando se enterra uma vida que ninguém conhece?
É fácil
dizer, mas gostaria de haver estado lá. Eu abriria a Bíblia no décimo capitulo
do Evangelho de João, e leria o versículo 3: “[Ele] chama pelo nome às suas
ovelhas, e as traz para fora”.
Não é verdade
que ninguém sabia o nome daquele homem. Deus sabia... E sabe. E é errado dizer
que ele nunca ouviu o próprio nome. Quem sabe quanta vez Deus falou com ele ao
longo dos anos? No silencio. Em meio à escuridão. Quando dizemos que ele não ouvia,
quem vai dizer que ele não estava ouvindo a única voz que importa?
O Bom Pastor
conhece cada ovelha pelo nome. Ele não é um caubói, e nós não somos bois. Ele não
nos marca com ferro, e não estamos seguindo para o mercado. Ele nos guia
alimenta e unge. E a Palavra afirma que Ele não descansará até que alcancemos a
nossa pátria.
Max lucado,
Ouvindo Deus na Tormenta.
Capitulo 11,
Um tipo de herói diferente.
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